sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A MARAVILHA que queremos para a zona portuária do Rio. 1




Bom, mais uma vez sinto que é importante dizer aqui que enxergo este blog muito mais como uma plataforma para discussões do que como um puro veículo de comunicação. Nesse sentido, meu principal compromisso aqui é libertar meus pensamentos de um destino solitário, registrando e dando vida à eles ao mesmo tempo em que os compartilho com vocês e espero uma troca. Então, vejo o blog muito mais parecido com o Conglomerado do Oiticica do que com um portal de notícias ou um blog jornalístico.

Digo isso porque é impossível pra mim deixar de voltar sempre nas postagens anteriores deste blog, pois tenho um compromissos com a memória dos meus discursos. Sendo assim, as novas postagens acabam se remetendo a pensamentos antigos ou fazem referências à eles, construindo uma rede em que é uma necessidade minha estabelecer e restabelecer relações com os meus diferentes pensamentos.

Então, depois de explicado isso, quero voltar à postagem “Por que temos medo de viver na floresta? – Um píer e dois museus”, escrita em julho de 2010, para dar continuidade a discussão das últimas postagens sobre as transformações da zona portuária do Rio. Pra quem não leu a postagem antiga o link é esse:

O que quero retomar agora é a questão que me era cara naquele momento no que diz respeito aos diferentes projetos para o Píer Mauá e, por conseguinte, os diferentes projetos para o porto carioca. Acho que eles revelam, cada uma da sua maneira, como aqueles que estão politicamente a frente das operações de transformação do porto imaginam o futuro daquela região. Eu escrevia naquele momento:

“Sendo assim, gosto de pensar na força que existe nessas camadas de projetos que se fizeram para o Píer Mauá, primeiro o Guggenheim, depois um parque público e agora o Museu do Amanhã. Isso me faz acreditar numa coisa que valorizo muito, que é pensar que a idéia e o projeto, mesmo quando não são construídos e concretizados, como gostamos de falar, possuem uma força tamanha que também se afirma no espaço.”

Bom, ainda acredito no que retomo aqui neste fragmento que foi retirado da postagem do ano passado. É impossível pensarmos o PORTO QUE QUEREMOS sem passarmos antes pelo PORTO MARAVILHA do Eduardo Paes e sem voltarmos ao Porto Guggenheim de Cesar Maia. Ainda precisamos entender melhor, digerir e regurgitar o ideal de porto desses dois modelos sugeridos pelas duas administrações municipais da cidade.

Em que modelos cada um deles se apóia? Qual a relação desses modelos com a cidade do Rio de Janeiro? Quais cidades estão sendo espelhadas nessas transformações? Qual o grau de representatividade dos dois grandes museus, o Guggenheim e o Museu do Amanhã, para a idealização desses projetos?

Vamos voltar um pouco atrás para construirmos as maravilhas do PORTO QUE QUEREMOS?

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