Com presença flutuante sobre os assuntos que interessam ao mundo da arquitetura, inclusive no que diz respeito aos seus cadernos culturais, coleção de livros apresenta uma vigorosa investida de aproximação da mídia impressa não especializada em arquitetura com a produção e discussão dos trabalhos de grandes arquitetos de várias gerações.
fonte:fonte: http://arquitetos.folha.com.br/colecao.html
Desde a última sexta-feira, dia 5, começou a circular na TV a bacaninha peça publicitária de divulgação da coleção de livros FOLHA Grandes Arquitetos, do jornal Folha de São Paulo, que trará todo domingo uma edição especial sobre a obra de um grande arquiteto mundial. Idealizada pela agência África, a propaganda brinca com a influência da coleção na vida de um menininho que, ao ser instigado na praia pelo seu pai a fazer um castelinho, refaz a Sagrada Familia de Gaudí em areia. Ao desespero dos já surpresos pais quando uma onda chega e destrói todo o trabalho do menininho, ele os despreocupa e diz que recomeçará tudo fazendo desta vez o congresso de Brasília do Niemeyer.
Para além do bom resultado da propaganda, não é nenhuma surpresa o desprestígio da arquitetura quando se trata da sua presença em veículos de grande comunicação em massa e na bagagem cultural dos brasileiros. Diferente da música, das artes visuais e do teatro, por exemplo, que por menor espaço que tenham já conseguem alcançar um variado público e tem seus grandes artistas no imaginário coletivo do país, a arquitetura ainda é pouco conhecida e muito pouco representada por grande parte da nossa mídia impressa e audiovisual. No imaginário das crianças então é desprestigiadíssima.
Nesse sentido, talvez seja possível reconhecer na nova coleção que chega às bancas um precioso passo para a aproximação do público geral com o trabalho de grandes nomes da arquitetura que vão além do consagrado Niemeyer. Só as imagens publicitárias que estão sendo difundidas já são um estímulo incrível de encontro do público com o melhor da arquitetura, que se ainda não encontrou um espaço forte de discussão dentro dos cadernos de cultura e com a periodicidade devida, terá grande destaque nos próximos meses com o material vendido junto à Folha de São Paulo.
Desta maneira, quem sabe, aqueles que ainda não conheciam os nomes e as obras de arquitetos contemporâneos como Renzo Piano, Jean Nouvel, Norman Foster, Steven Holl ou até mesmo dos consagrados Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, se vejam defrontados todo domingo com a imagenzinha deles na banca de jornal ou no capacho da porta dos seus apartamentos. Uma oportunidade para que professores e pessoas interessadas em arte e arquitetura, que nunca tiveram uma chance tão oportuna e fácil de aproximação, se vejam instigados a conhecer mais da produção arquitetônica mundial. Também será uma ótima oportunidade para que bibliotecas possam adquirir com facilidade livros sobre arquitetura que pouco chegam às escolas ou espaços culturais, despertando talvez a curiosidade de alguém que não teria outra chance de conhecer uma obra como a Sagrada Família de Gaudí. E quem sabe esse alguém possa vir a ser um pequeno menino que queira, agora sim na realidade, brincar de fazer mais do que castelinhos nas areias da praia.
Se a nova coleção servir para estimular crianças sobre o universo da arquitetura e formar novos arquitetos no futuro, ótimo! Porém, mais importante que isso, é possível ver na difusão da arquitetura com a nova coleção da Folha um estímulo importante à construção de uma cultura arquitetônica forte em nosso país que permita que nossas cidades sejam mais do que meros cenários para a especulação imobiliária e a reprodução burra de estereótipos estrangeiros. E isso só será possível com a presença da arquitetura no cotidiano de todos nós, arquitetos ou não.
Realmente Conrado, esse é um primeiro bom passo para a difusão da Arquitetura. E fiquei pensando, mesmo com a internet, a Arquitetura é algo tão apartado da vida das pessoas? E a minha resposta de bate-pronto foi: SIM! A internet é um mar de informações no qual já me perdi por diversa vezes...Acho que a "materialidade" do livro vai propor que muitos o vejam de cabo a rabo e de rabo a cabo..rs
ResponderExcluirOba! Adorei o comentário, Flávia!
ResponderExcluirPartindo do que você falou, acho que a difusão vai acontecer não só pela materialidade do livro de papel, que é mesmo bem diferente da facilidade da internet, como também pelo grande investimento em publicidade dessa coleção. Devem bombardear a mídia com imagens dos livros, o que por si só já fará pairar um pouco de grandes arquiteturas nas mentes por aí. Felizmente foram escolhidos ótimos arquitetos, senão poderia ser um desastre. Vamos ver no que dá! A iniciativa foi ótima!