Bom, eu já estava até desanimado com o blog mas seu comentário na última postagem, Beto, me animou de novo! Eba! Esse blog foi criado com a intenção, antes de qualquer coisa, de que o projeto apresentado aqui pudesse sofrer infiltrações de pessoas de fora durante a construção dele. Nada feito! Porém, fiquei muito animado com a sua intervenção sobre o projeto, Beto, e lembrei que as infiltrações que vem de fora e que formam e interferem na arquitetura não acabam nunca. Obrigado por isso.
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Pois bem, li seu comentário e fiquei impressionado com tudo o que falou porque quase tudo fez parte de verdade da reflexão sobre a elaboração deste projeto. Inclusive a sua crítica mais discordante! Explico: quando falou do estranhamento em relação ao volume do teatro e a referência clara ao moderno carioca, você visualizou exatamente o que queríamos no projeto e praticamente descreveu tudo daquilo que desejávamos pra essa arquitetura.
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A nossa idéia foi copiar de forma idêntica o Teatro Popular do Reidy, em Marechal Hermes, no Rio, e replicá-lo ou colá-lo em um contexto novo. Neste caso no bairro do Butantã, em São Paulo, um bairro também períferico de um grande cidade brasileira. Dessa forma, estaríamos trabalhando mais uma vez nossas questões em relação à elementos exteriores que se infiltram em novos contextos, já que estávamos colando um outro projeto no nosso, como também traríamos mais uma vez a discussão em relação ao tempo, tão importante para nós. Afinal, qual seria o impacto de repdroduzir aquele teatro do século XX neste novo contexto? É cabível? Ele ainda é atual ou é facilmente reconhecível como algo ultrapassado? Enfim, muitas perguntas podem sair desse ato e nossa idéia era exatamente essa, num esforço não só de rememorar o teatro de Marechal Hermes como também de acusar seu esquecimento e degradação.
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Então, respondendo sua colocações, exatamente por isso ele está posicionado de forma tão alien no projeto, assim como as quadras abertas também estão, dando essa idéia de algo que veio de fora e se instalou e se apropriou cabendo do jeito que fosse. Acho que dá pra ver melhor nas planta e no corte que eu trouxe para o blog. Dá pra ver inclusive a praça do teatro, que se abre formando uma praça maior junto daquele espaço intermediário que você falou, o nosso centro de convivência. Aproveitei e trouxe aqui também o nosso organograma do programa obrigatório, nos baseamos nos ruídos emitidos por cada uma das necessidades de programa e colocamos cada um deles num espaço do terreno compatível com o índice de ruído do lugar. Tentamos fugir, assim, da divisão do programa entre esporte e cultura, como quase todos estávam seguindo, para pensar a partir da experiência sensorial que tivemos ao visitar o terreno.
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Bom, é isso. Espero ter trazido coisas novas para o blog e ter continuado um pouco as questões que você trouxe para cá. Obrigado mais uma vez pelo comentário, ele realmente me reativou a vontade de prosseguir com o blog e colocar aqui mais desejos, pensamentos e projetos. Espero sua visita e seus comentários sempre, são muito bem vindos. Assim como o de todos que quiserem participar nessa discussão! Ficarei muito feliz em responder e continuá-las!
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Um grande abraço para todos! Comentários sobre a planta, o corte e o organograma?
Olha, não sabia que você tinha um blog! Alias, pelo que vi aqui já existe há um tempão.. tão difícil conciliar com a faculdade, né? Espero não desanimar também.
ResponderExcluirTenho muita vontade de conhecer o teatro de Marechal Hermes do Reidy, ouvi mto sobre ele nesse período nas aulas de Arquitetura no Brasil 3.
Enfim, obrigada pelo comentário!
Bem, de fato, fica uma colagem e traz à discussão questões contemporâneas ligadas a apropriação e reapropriação. De uma forma ou de outra, se faz isso constantemente, faz parte do processo criativo, mas nesse caso é mais literal. Quando se faz isso, vem também à tona, pelo menos para mim, aquelas discussões ligadas a liberdade formal, racionalismo x irracionalismo, concretismo (paulista) x neoconretismo (carioca). Essa tipologia faz parte de uma linguagem carioca de matriz mais corbusiana, diferente da síntese e concisão adotada depois de 1958 por Niemeyer. Aí cabe a questão, se por um lado os módulos invasores denotam um racionalismo maior (para encaixe, desencaixe e certa unidade de conjunto), esse teatro, uma forma pronta e mais autônoma, pregressa ao seu projeto, diz uma coisa um pouco diferente dos anteriores....
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